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sexta-feira, 24 de maio de 2013

EVENTO NA REDE: CONEXÕES GLOBAIS (23,24 E 25/05/2013), PORTO ALEGRE, RS, BRASIL

Acontecendo no Brasil





Por Conexões Globais:


O Conexões Globais é um evento criado para promover diálogos e intercâmbios sobre temas como mobilização social na era da internet, comunicação, democracia 2.0, direitos civis na rede e cultura digital. A próxima edição do Conexões Globais será realizada de 23 a 25 de maio, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, pelo Governo do Rio Grande do Sul, e reunirá ativistas, gestores públicos, artistas e comunicadores de diversas partes do Brasil e do mundo. 

O evento será transmitido ao vivo pela internet, com cobertura via mídias sociais e participação de internautas. Nesta edição, também serão abordados temas relacionados à liberdade de expressão, ética hacker e cibereducação, entre outros. A programação conta com três Diálogos Globais por dia – numa arena que reúne webconferencistas via Skype, debatedores presenciais, bate-papo com o público e interação pelas redes sociais. 

O Conexões Globais inclui, ainda, uma série de Oficinas que capacitam ativistas sociais para o uso de tecnologias livres, Hub de Ideias, Agência de Comunicação Colaborativa e Conexões Culturais. 

A primeira edição do evento, realizada de 25 a 28 de janeiro de 2012, em Porto Alegre, atraiu mais de 10 mil pessoas presencialmente e alcançou um público superior a 100 mil internautas via rede mundial de computadores.

Fonte:

sábado, 23 de março de 2013

VIGILÂNCIA NA INTERNET: JULIAN ASSANGE É ENTREVISTADO PELA GLOBO NEWS E O ESTADÃO

NOTÍCIAS ENTRELINHAS




Em entrevista concedida ao programa Milênio da Globo News e também ao estadão, o ativista Julian Assange fala sobre liberdade de expressão, privacidade e vigilância na internet. Assange concedeu as entrevistas na embaixada equatoriana em Londres, onde vive asilado desde 2012.

O australiano Julian Assange, fundador do site Wikileaks, a maior fonte de vazamento de documentos secretos na internet, menciona na entrevistas que a CIA utiliza a internet para vigiar os usuários, principalmente, em redes sociais. O australiano informa que em 2013 publicará materiais interessantes sobre o Brasil.

Julian sugere que os internautas utilizem um boa criptografia, pois esta seria uma estratégia para lutar contra as superpotências, uma vez que estas vigiam-nos em qualquer lugar do globo terrestre.

Por fim....ele afirma que a internet trouxe conhecimento e poder, mas abriu espaço para a vigilância.


Confira as entrevistas nos vídeos abaixo.

Entrevista Globo News:


Entrevista concedida ao Estadão:







Por Jamil Chade em 02/02/2013 - O Estado de São Paulo:

LONDRES – A Internet está se transformando no maior instrumento de vigilância já criado e a liberdade que ela representa estaria seriamente ameaçada. A avaliação é de Julian Assange, criador do Wikileaks e que, há sete meses, vive na embaixada do Equador em Londres. Para ele, a web redefiniu as relações de poder no mundo, se transformou no “sistema nervoso central hoje das sociedades” e chega a ser mais determinante que armas. O problema, segundo ele, é que esse poder está agora se virando contra as populações. 

O australiano recebeu a reportagem do Estado para uma entrevista sobre seu livro “Cypherpunks, Liberdade e o Futuro da Internet”, que está sendo lançado no Brasil nesta semana pela Boitempo Editorial. 

Apesar de aparentar relaxado, não escondia a palidez de sete meses dentro de um escritório. Em junho de 2012, ele optou por pedir asilo ao Equador, diante de sua iminente deportação para a Suécia, onde é acusado de assédio sexual. Segundo ele, sua decisão de pedir refúgio ao governo de Quito tem como meta evitar sua extradição da Suécia para os EUA, onde seria julgado pela difusão de documentos secretos. O Equador lhe concedeu asilo. Mas a polícia britânica indicou que, assim que ele pisar para fora da embaixada em direção ao aeroporto, seria detido. O resultado tem sido um confinamento sem data para acabar. 

Mas essa situação não o deixou menos polêmico. Segundo ele, ao colocar informações em redes sociais, internautas pelo mundo estão fazendo um trabalho de graça para a CIA. “Hoje, o Google sabe mais sobre você que sua mãe”, disse. “Esse é o maior roubo da história”. Assange ainda defendeu seu anfitrião, o presidente equatoriano Rafael Correa, diante de sua ação contra jornais no Equador e que chegou a ser criticado pela ONU. 

Sobre o futuro do Wikileaks, Assange já prometeu que, em 2013, um milhão de novos documentos serão publicados. Ao Estado, ele garantiu: “haverá muita coisa sobre o Brasil””. Ao aparecer para a entrevista, Assange vestia uma camisa da seleção brasileira, num claro esforço de criar simpatia no Brasil e numa operação de imagem cuidadosamente trabalhada. 

Eis os principais trechos da entrevista e as fotos de Joao Castelo Branco, as primeiras publicadas por um jornal brasileiro desde que o australiano pediu asilo ao Equador. 

Chade – A Internet é o símbolo da emancipação para muitos e foi apresentada como a maior revolução já feita. Mas agora o sr. traz a ideia de que há uma contra-ofensiva a isso tudo. O sr. considera que a Internet está em uma encruzilhada ?

Assange – Diferentes tecnologias produzem mais poder para estruturas existentes ou indivíduos e isso tem sido a história do desenvolvimento tecnológico, ao ponto que podemos ver a história da civilização humana como a história do desenvolvimento de diferentes armas de diferentes tipos. Por exemplo, quando rifles, que podiam ser obtidos por pequenos grupos, eram as armas dominantes em seu dia, ou navios de guerra ou bombas atômicas. E isso define a relação de poder entre diferentes grupos de pessoas pelo mundo. Desde 1945, a relação entre as superpotências dominantes tem sido definida por quem tem acesso às armas atômicas. Mas o que ocorre agora é que Internet é tão significativa que está começando a redefinir as relações de força que antes eram definidas pelos diferentes sistemas de armas que um país tinha. Isso porque todas as sociedades que tem qualquer desenvolvimento tecnológico, que são as sociedades influentes, se fundiram totalmente com a Internet. Portanto, não há uma separação entre o que nós pensamos normalmente que é uma sociedade, indivíduos, burocracia, estados e internet. A internet é o alicerce da sociedade, suas artérias, os nervos e está conectando os estados por cima das fronteiras. A Internet é um centro, se não for o centro, da nossa sociedade. Ela está envolvida na forma que uma sociedade se comunica consigo mesmo, como se comunica entre elas. Não é só simplesmente um sistema de armas ou fonte energia. Não é certo pensar como se fosse o sangue da sociedade. É o sistema nervoso central da socidade. Portanto, se há um problema na Internet, há um problema com o sistema nervoso da sociedade. Agora, víamos antes a internet como uma força liberatadora, que garantia às pessoas que não tinham informação com informação e, mais importante ainda, com conhecimento. Conhecimento é poder. Outras coisas tambem são poder. Mas ela deu muito poder a pessoas que antes não tinham poder. E não apenas mudou a relação entre os que tem poder e aquelas que não tem, dando conhecimento àqueles que não tinham conhecimento. Mas também fez todo o sistema funcionar de forma mais inteligente. Todos passaram a poder tomar decisões mais inteligentes e puderam passar a cooperar de forma mais inteligente. Agindo contrário a essa força está a vigilância em massa criada por parte do estado. 

Chade – De que forma estaria ocorrendo essa vigilância em massa? 

Assange – As sociedades se fundiram com a internet, diante do fato de que comunicações entre os indivíduos ocorrem pela Internet, os sistemas de telefone estão na Internet, bancos e transações usam a Internet. Estamos colocando nossos pensamentos mais íntimos na Internet, detalhes de comunicações e mesmo entre marido e muher, nossa posição geográfica. Enfim, tudo está sendo exposto na Internet. Isso signifca que grupos que estão envolvidos em vigilância em massa tem conseguido realizar uma transferencia em massa de conhecimento em sua direção. Os grupos que já tinham muito conhecimento agora tem mais. Esse é o maior roubo que de fato já ocorreu na história. Essa transferência de conhecido, de todas as comunicações interceptadas para agências nacionais de segurança e seus amigos corporativos. A tecnologia está sendo desenvolvida para essa vigilância em massa está sendo vendida por empresas de países, como a França, que vendeu um sistema de vigilância para o regime de Kadafi. Na África do Sul, há um sistema desenhado para gravar de forma permanente todas as ligações que entram e saem do país e as estocam por apenas US$ 10 milhões por ano. Está ficando muito barato. A população mundial dobra a cada 20 anos. O custo de vigilância está caindo pela metade a cada 18 meses. 

Chade – Mas, justamente o sr. citou Kadafi. Muito acreditam que a Primavera Árabe só ocorreu graças à Internet. Não teria sido esse o caso? 

Assange – Há uma série de histórias tradicionais de um longo trabalho de ativistas, de sindicatos e até de clubes de futebol que tiveram um papel importante na Tunísia e no Egito, os Ultras. O que é realmente novo? Bom, algumas coisas: o ativismo pan-arábico é algo novo e potenciado pela web. Diferentes ativistas em diferentes países se conectaram entre si pela web, trocando dicas, identificando quem era bem e quem era mau. O movimento dos Ultras vieram da Itália para os clubes da Tunísia e Egito. Como? Pela Internet. E então há o Wikileaks, jogando muita informação e essa informação então foi atacada pelo regime na Tunísia e depois pelo Egito. Mas também sendo disseminada pelo Egito e Tunisia. Mais importante ainda, essa informação foi disseminada para fora desses países, a tal ponto que ficou difícil para os Estados Unidos e Europa defenderem seus tradicionais aliados. 

Chade – O sr. aponta para o poder de redes como Facebook e Google. Confesso que não tenho certeza que Mark Zuckerberg (criador do Facebook) pensou nisso tudo quando estava criando o site. Como é que se tornaram tão poderosos e como é que são, como o sr. diz, usados contra civis? 

Assange – Google, essencialmente, sabe o que você estava pensando. E sabe também (o que vc pensou) no passado. Porque quando você tem algum pensando sobre algo, quer saber algum detalhe, você busca no Google. Sites que tem Google Adds, que na verdade são todos os sites, registram sua visita. Portanto, Google sabe todos os sites que você visitou, tudo o que você buscou, se você usou gmail ou email. Então ele te conhece melhor que você mesmo. Um exemplo: você sabe o que você buscou há dois dias, há três meses? Não. Mas o Google sabe. Google conhece você melhor que sua mãe. Claro, mas alguém pode dizer: Google só quer vender publicidade. Portanto, quem se importa que eles estejam fazendo isso. Mas, na realidade, todas as agências de inteligência americana e de aplicação da lei tem acesso ao material do Google. Eles acessaram isso em nosso caso. 

Chade – Como fizeram isso? 

Assange – Eles usaram instrumentos como cartas da agência de segurança nacional e mandados para buscar os dados de email das pessoas envolvidas em nossa organização. Isso saiu do Google, da conta do Twitter, onde pessoas entraram para acompanhar a nossa conta. No caso do Facebook, é algo impressionante. As pessoas simplesmente estão fazendo bilhões de centenas de horas de trabalho gratuíto para a CIA. Colocando na rede todos seus amigos, suas relações com eles, seus parentes, relatando o que estão fazendo, dizendo que vi aquela pessoa naquela festa, aquela pessoa naquela loja. É um incrível instrumento de controle. Países como a Islândia tem uma penetração do Facebbok de 88%. Mesmo que você não esteja no Facebook, você pode ter certeza que teu irmão está e está relatando sobre você, ou sua namorada está relatando sobre você. Não há como escapar. Agora, quando uma organização como Facebook diz que as pessoas querem fazer isso… 


                                    Foto: Estadão

Chade – Claro, essa é justamente a minha questão: como o sr. explica que pessoas de diferentes culturas e religiões estão dispostas a revelar suas vidas diante da web? 

Assange – Claro, sobre o que é que você está paranoico. Você pode dizer: bom, estou fazendo isso de forma voluntária e é mais importante estabelecer conexões sociais que se preocupar com um aparato de um estado totalitário. O problema é que isso não é verdade. As pessoas dizem que querem compartilhar algo apenas com meus amigos e amigos de meus amigos, mas não com meus amigos e com a CIA. É uma decepção o que está ocorrendo. As pessoas estão sendo enganadas em desenvolver essa atividade. 

Chade – Entendo esse ponto claramente. Mas estamos vendo também censura na China, no Irã e em Cuba, países que parecem estar de fato mais temerosos da Internet. Isso não mostraria que a web é mais ameaçadora para esses regimes que para os civis? 

Assange – Acho que você não pode generalizar “esses regimes”. Temos de olhar cada um deles de forma apropriada. Pessoas censuram por um motivo. Censuram porque tem medo, ou porque querem ter mais poder. Normalmente, eles querem manter seu poder. Porque o Irã censura?Bom, porque teme que pessoas dentro do Irã sejam influenciadas por material em persa publicado fora do Irã. E quem publica isso? Bom, alguns são de dissidentes genuínos. Mas também há empresas de fachada, criadas pelos israelenses, pelos Estados Unidos. Isso é umm fato. Inclusive pela BBC em Persa. Denunciamnos essas empresas de fachada no Wikileaks e suas estruturas de financiamento, e mesmo empresas israelenses. Agora, é algo saudável que governos estejam temerosos do que as pessoas pensam. Estranhamente, é um sinal otimista que a China, com toda sua censura e vigilância, está com medo ainda do que sua população pense. Por exemplo, a China baniu o Wikileaks em 2007. Pelo que sabemos, foi o primeiro país a banir. Temos tido uma espécie de guerra para superar o firewall chinês. De alguma forma, é um sintoma positivo. 

Chade – Porque? Esse raciocínio não vai contra seu princípio de liberdade no fluxo de informação? 

Assange – Sim. Mas é um bom sintoma. Em um país onde as relações estão tão fiscalizadas e a vigilância está enraizada que o poder não precisa se preocupar com o que as pessoas pensam, esse é o maior problema. 

Chade – Voltando à questão da liberdade do fluxo de informação. Wikileaks teve um imenso impacto em alguns países. Mas há quem ainda questione: bem, os documentos foram obtidos de forma ilegal. Qual sua avaliação sobre esse argumento de que, por eles terem sido obtidos de forma ilegal, não são informações legítimas? 

Assange – Generais não definem a lei. Ou pelo menos não deveriam. Se falamos da situação ameriana, há toda uma série de leis se queremos falar de legislação e foi perfeitamente legal. 

Chade – A obtenção dos documentos ? 

Assange – Sim, a forma que foram obtidos. Militares americanos não tem direitos na lei americana de encobrir crimes. De fato, isso é algo explícito. Não se pode usar apenas a classificação de documentos para manter um crime sigiloso. Mas também podemos dizer: quem é que fez a lei ? Obviamente são os interesses militares. Nós, como editores, temos de levar essas leis à sério? Nós não levamos elas a sério. Quer dizer, é um conflito em relação a onde você estabelece uma linha. Muito foi dito sobre isso e muito do que foi dito está filosoficamente falido. Há uma forma simples de entender. Não é Deus que estipula essa fronteira para todos nós. Diferentes organismos tem diferentes responsabilidades. As vezes, entidades policiais tem a responsabilidade de manter algo secreto. Uma investigação sobre a Máfia, deve ser mantida em sigilo.Outras organizações, como editores e jornais, tem a responsabilidade perante o público, que é de publicar nformação que ajude o público a decidir e entender o mundo. Essas diferentes responsabilidades não devem ser contaminadas uma pela outra. 

Chade – Trazendo esse debate para a América Latina, como o sr. avalia o comportamento de governos diante da Internet e da imprensa em geral ? 

Assange – É bem variado e tem vários problemas. Acho que, comparado com o resto do mundo, comparado com Europa, EUA, Sudeste Asiático, a região está bastante bem.

Chade – Alguns dos críticos apontam para o fato de que o presidente (do Equador) Rafael Correa ataca a imprensa. Como o sr. se sente sobre isso, e porque escolheu essa embaixada (do Equador) para vir ? 

Assange – Pelo amor de Deus. Eles deveriam ser atacados com muita frequência. A primeira responsabilidade da imprensa e em primeiro codifo de ética é acuracy. Tudo começa com você precisando dizer a verdade. Essa precisa ser a primeira coisa. E também ser representativa. Não é porque sua organização é de propriedade de alguma família. Há um grande problema na América Latina com a concentração na mídia. Ainda que, se há seis famílias que controlam 70% da imprensa no Brasil, o problema é muito pior em vários países. Na Suécia, 60% da imprensa é controlado por uma editora. Na Austrália é muito pior, 60% também da imprensa escrita é controlada por Murdoch. Portanto, quando falamos em liberdade de expressão, temos de incluir a liberdade de distribuição, uma distribuição adequada e uma das coisas mais importantes que a Internet nos deu é a liberdade na prática de distribuição, se as pessoas estão interessadas no assunto. Não quer dizer que você pode levar algo a um milhão de pessoas com publicidade. Mas você pode montar um blog e, se as pessoas já estão interessados, podem ler. 

Chade – Uma pergunta pessoal. Para alguns, o sr. é um herói, outros dizem que é um criminoso, uma ameaça internacional, outros dizem que o sr. é um ativista. Em suas próprias palavras, quem é o sr. ? 

Assange – Sou apenas um cara. Todos nós vivemos só uma vez. Todos temos responsabilidades de viver nossas vidas de acordo com nossos princípios e não desperdiçá-las. Eu só estou tentando fazer isso. Não acho que é necessário que me defina. Na verdade, quando as pessoas se definem, na maioria das vezes estão mentindo. Mas, no lugar disso, devem olhar as ações de uma pessoa e ver se elas são consistentes no longo prazo. 

Chade – Porque é que o sr. evita ir à Suécia (onde a Justiça o busca por acusações de assédio sexual) ? 

Assange – Porque eu seria extraditado aos EUA. 

Chade – Por qual motivo exatamente ? 

Assange – O EUA tem um procedimento contra minha pessoa e contra Wikileaks pelos últimos dois anos. O governo diz em seus próprios documentos internos que a investigação é de um tamanho e natureza “sem precedentes”, citando uma investigação “de todo o governo” americano. É algo sério e que envolve mais de uma dúzia de agências. 

Chade – Quais são os próximos passos para o Wikileaks ? O sr. anunciou que vai publicar cerca de um milhão de documentos em 2013. Algo sobre o Brasil? 

Assange – Sim. Publicaremos muito sobre o Brasil neste ano. Um material muito interessante.




Fontes:
http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2013/02/julian-assange-comunicacoes-da-america-latina-passam-pelos-eua.html?fb_action_ids=10200503030559180&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%2210200503030559180%22%3A360091910764789%7D&action_type_map=%7B%2210200503030559180%22%3A%22og.recommends%22%7D&action_ref_map=%5B%5D

http://blogs.estadao.com.br/jamil-chade/2013/02/02/entrevista-com-assange-e-bom-que-os-governos-tenham-medo-das-pessoas/



"Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais  dois é igual a quatro." (Geroge Orwell)

E é isso!
Estude, pesquise e investigue!!
Forte abraço e fique com Deus!!!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O QUE ESTÁ ACONTECENDO, MICHAEL ZUCKERBERG?: FACEBOOK COBRARÁ POR MENSAGENS ENVIADAS. CURTIU?






Após atitudes como comercializar informações dos usuários do facebook para empresas, e depois que um cidadão europeu descobriu que a rede social arquivava mensagens mesmo após serem deletadas, o CEO da empresa Michael Zuckerberg apresentará nos próximos meses mais uma "novidade" para a comunidade do facebook.

O facebook irá cobrar por mensagens enviadas para desconhecidos. O valor à ser cobrado parece que ainda não foi definido. Especula-se que será pago uma quantia entre 1 à 100 dólares por mensagem.

Pode ser que esta ação não atinja a maioria dos usuários da rede social mais popular do mundo. No entanto, esta atitude da empresa pode afetar futuramente a taxação do envio de qualquer tipo de mensagem (inbox para amigos, compartilhamentos etc).

Como todo problema tem a sua solução, caso qualquer tipo de mensagem seja cobrada, os usuários do facebook podem abandonar a rede e migrar para outras.

Certo Zuckerberg? Curtiu?

Fontes:
http://www.noticiasaominuto.com/tech/35436/facebook-vai-cobrar-envio-de-mensagens#.UPRJpifoSD8

http://www.sistemadifusora.com.br/cienciaetecnologia/softwares/item/19816-facebook-vai-cobrar-um-d%C3%B3lar-por-mensagem-a-usu%C3%A1rio

http://ultimasdodianews.blogspot.com.br/2013/01/de-1-100-dolares-facebook-quer-cobrar.html


"...Isso me sugere muita sujeira, isso não me cheira nada bem, tem muita gente se queimando na fogueira e muito pouca gente se dando muito bem..." (Tribos e Tribunais - Engenheiros do Hawaii)


E é isso!
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Forte abraço e fique com Deus!!!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

domingo, 19 de agosto de 2012

CENSURA NÃO!: DECLARAÇÃO DE LIBERDADE DA INTERNET E O MARCO CIVIL










Por Jilian York. Traduzido por: Paula Góes (Global Voices)


Como muitos já notaram, o mundo passa por um momento crucial em termos de liberdade na Internet. Em muitos países ao redor do mundo, novas leis estão sendo criadas para censurar a Internet, enquanto blogueiros estão cada vez mais correndo perigo por falar o que pensam. 

No decorrer do último ano, organizações em todo o mundo se uniram de forma um precedente para lutar pela liberdade online. Desde a luta contra o IAD e o PIPA nos Estados Unidos aos esforços globais que enterraram o Acordo Comercial Anticontrafação (ACTA), alcançamos um zeitgeist da liberdade e abertura da internet. 

Pensando nisso, alguns grupos uniram forças recentemente para criar juntos uma Declaração de Liberdade da Internet, sendo que o Global Voices Advocacy foi um dos signatários originais. Até o momento, a Declaração foi assinada por 1.300 organizações e empresas, e continua crescendo. Veja a seguir o texto original da Declaração. Organizações podem assinar a declaração aqui; e indivíduos podem assinar ou participar do debate por meio de várias organizações, como EFF, Free Press, Access, e até mesmo Cheezburger. 

PREÂMBULO 

Acreditamos que uma Internet livre e aberta possibilite um mundo melhor. Para manter a Internet livre e aberta, convidamos comunidades, indústrias e países a reconhecerem os princípios a seguir. Acreditamos que eles ajudarão a trazer mais criatividade, mais inovação e mais sociedades abertas. 

Fazemos parte de um movimento internacional para defender as nossas liberdades, pois acreditamos que vale a pena lutar por elas. 

Vamos discutir esses princípios – concordar ou discordar deles, debatê-los, traduzi-los, tomar posse deles e ampliar a discussão com a comunidade – como só a Internet pode fazer. 

Junte-se a nós para manter a Internet livre e aberta. 

DECLARAÇÃO 

Defendemos uma Internet livre e aberta. Apoiamos processos transparentes e participativos para a elaboração de uma política da Internet e o estabelecimento de cinco princípios básicos: 

Expressão: Não censure a Internet. 

Acesso: Promova acesso universal a redes que sejam rápidas e que cobrem preços justos. 

Abertura: Mantenha a Internet como rede aberta na qual todos se sintam livres para conectar-se, comunicar-se, escrever, ler, observar, falar, ouvir, aprender, criar e inovar.

Inovação: Proteja a liberdade de inovar e criar sem ter que pedir permissão. Não bloqueie as novas tecnologias nem castigue inovadores em função das ações de usuários.

Privacidade: Proteja a privacidade e defenda a habilidade de todos de controlar a forma como seus dados e equipamentos são utilizados.

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Marco Civil é único no mundo, diz fundador do Partido Pirata 




Por Ismael Cardoso (Terra)


O Brasil está liderando um movimento global de quebra do monopólio da indústria do direito autoral e é um dos mais adiantados países do mundo que percebeu a potência da internet. "O projeto do marco civil é único no mundo, e o primeiro a reconhecer que o acesso à internet é um direito como qualquer outro", elogiou o fundador do Partido Pirata sueco, Rick Falkvinge, se referindo ao projeto de lei em discussão na Câmara que quer ser uma "constituição" da internet no País, estabelecendo direitos e deveres de usuários, provedores e governo. 

Rick está no Brasil para participar da 13ª edição do Fórum Internacional Software Livre, que acontece em Porto Alegre até sábado. "Quantos aqui conhecem o Partido Pirata?", perguntou ao público presente no primeiro dia de evento, que levantou as mãos para o alto mostrando conhecimento sobre seu projeto político. "E quantos conhecem outro projeto político da Suécia?", brincou, recebendo apenas o riso da platéia como resposta. 

Foi uma brincadeira, mas a rápida enquete serviu para mostrar que os projetos do partido político criado em 2006 na Suécia e presente em 30 países, com cadeiras no parlamento da própria Suécia, além de Alemanha e Holanda, está se espalhando pelo mundo. A luta contra as atuais leis de propriedade intelectual defendida pela organização - principalmente contra projetos de lei apoiadas pelas indústrias do entretenimento - vem ganhando espaço entre os usuários de internet. 

"Se a indústria de direitos autorais não sobreviver dentro do conceito de direitos civis, ela tem que morrer. Novas indústrias e empregos tomarão o seu lugar, isso não é um problema. O problema é a indústria de direito autoral desmantelar os direitos civis", afirmou. 

"O Brasil está em uma posição geopolítica singular para avançar e quebrar esse monopólio", afirmou. Para ele, o direito de compartilhar pela internet deve ser considerado um direito essencial. "Uma menina de 9 anos que ganha seu primeiro laptop no Paraguai tem, pela internet, uma voz tão forte quanto a minha, que sou um branco de meia idade e nascido em uma área mais privilegiada do mundo", afirmou. 

Falkvinge atribui essa importância ao Brasil por estar dentro de um grupo de países emergentes capazes de desafiar o antigo regime de direito autoral dos Estados Unidos e Europa, pois tem uma pulsante indústria musical e uma grande habilidade de inovação. Para ele, a expansão veloz do partido globalmente pode ser comparada, por exemplo, ao crescimento dos partidos verdes há 40 anos, mas "duas vezes mais rápido". "Essa expansão de um projeto político é cíclica: a partir do momento que surge um problema, surge uma solução", disse. 

O Partido Pirata no Brasil 

O sueco deixa Porto Alegre na sexta e participa também da Campus Party Recife, onde, na sexta e no sábado, acontece a convenção de fundação do Partido Pirata brasileiro. Nascido dentro da primeira Campus Party Brasil, em 2008, será na edição de Recife que o partido formará os grupos de trabalho para definir o texto final do seu estatuto, a documentação de fundação e recolher as 101 assinaturas de eleitores de nove Estados, necessárias para formalizar o pedido no TSE. 

A partir daí, o grupo tem que recolher 500 mil assinaturas para existir de fato como partido e concorrer às eleições. "Esse número é um dos mais altos de mundo, mas mesmo que não consiga todas as assinaturas, o Partido Pirata pode agir mandando uma mensagem aos atuais políticos para promover uma mudança", disse Falkvinge. 

Segundo o paulista Leandro Chemalle, a pretensão é reunir todas as assinaturas até setembro do ano que vem, para que o partido concorra às eleições de 2014. A principal esperança do grupo para reunir as 500 mil assinaturas tão rapidamente é uma só: que o TSE aceite que elas possam ser feitas online. 

De qualquer forma, mesmo que não consiga concorrer nas próximas eleições, o partido pretende agir em duas frentes com uma plataforma de transparência na vida pública. Para as eleições deste ano, o Partido Pirata está fazendo uma pesquisa junto aos candidatos pela abertura de dados públicos. "Abrir dados para a gente não é largar um PDF no site. A gente quer um arquivo aberto, que possa ter esses dados tabulados e analisados", afirmou. 

Além disso, eles pretendem divulgar uma grande pesquisa em 2014 sobre o valor de cada voto do brasileiro. "Nossa ideia é levantar todo o valor arrecadado no Fundo Partidário por Estado e por partido e analisar. Queremos mostrar para o eleitor o quanto de dinheiro ele cede a cada partido por cada voto que deposita na urna", disse Chemalle. 

Fontes:
https://meganao.wordpress.com/2012/08/09/declaracao-da-liberdade-da-internet/#comments
http://pt.globalvoicesonline.org/2012/07/19/declaracao-de-liberdade-da-internet/
http://tecnologia.terra.com.br/fisl/noticias/0,,OI6019746-EI20592,00-Marco+Civil+e+unico+no+mundo+diz+fundador+do+Partido+Pirata.html

"Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois é igual a quatro." (George Orwell)"

E é isso!!
Forte abraço e fiquem com Deus"


domingo, 5 de agosto de 2012

MARCO CIVIL: A LUTA PELA PRIVACIDADE E LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA INTERNET BRASILEIRA







Ligar o computador, acessar os mais diversos sites, interagir em redes sociais, baixar arquivos e compartilhar os mesmos são alguns dos hábitos comuns dos usuários de internet. Entretanto, existe a ameaça de realizar estas práticas com privacidade e liberdade.

Empresas e governos cada vez mais tentam retirar a privacidade e a liberdade  do usuário da internet. Corporações vêm praticando a disponibilização de dados pessoais dos indivíduos para outras empresas com o intuito puramente comercial, e isso acontece sem o consentimento dos cidadãos. Assim, também, como governos utilizam as informações de internautas para fins de monitoramento. Nos EUA leis como SOPA e PIPA que limitariam a privacidade e liberdade na internet foram derrubadas, principalmente, por pressão popular, assim como aconteceu com o ACTA na Europa.

O Marco Civil na internet do Brasil tem como objetivo proteger os cidadãos que utilizam a internet, a fim de  assegurar sua privacidade e liberdade enquanto navegam na rede. 

Na segunda semana do mês de julho haveria uma reunião para votar no Marco Civil, porém, como não atingiram o quórum de parlamentares, não houve a votação. Lamentavelmente, a reunião antecedia o recesso dos paramentares e devido a esta situação a discussão em torno do Marco Civil foi adiada. Ainda não há data para o novo encontro. 

O estranho é que um assunto tão importante e grave como este foi encarado com displicência para a maioria dos parlamentares envolvidos no debate, uma vez que faltaram e claro emendaram o dia de trabalho com os dias de  recesso. O mais indignante disto foi não ter atingido o quórum de 15 deputados. Eu disse.......15 DEPUTADOS!!!!

Diante do estranho comportamento dos parlamentares, duas perguntas ficam no ar.

1- Será que essas pessoas realmente querem proteger o interesse da população (a mesma que os colocou na posição política atual)? 
2- Estariam, os deputados faltosos, protegendo os interesses de corporações e grupos políticos?


O que fica de concreto nesta história é que a população brasileira continua desprotegida em suas navegações pela internet.


Mais informações:

Relatório do Marco Civil com alterações feitas pelo  deputado Alessandro Molon (relator do projeto).

Leia a DECLARAÇÃO DE LIBERDADE DA INTERNET,  e por favor, depois assine.

Lista de presença na sessão de 11 de julho de 2012. Anote os nomes dos deputados faltosos, ou melhor, que não foram trabalhar sem justificativas.





Vídeo mostrando a sessão do dia 11/07/2012, quando os deputados faltaram, e com isso impediram a votação do Marco Civil. Assista, pois é muito importante!



Vídeo A Internet Sob Cerco




"Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém, aqui em baixo as leis são diferentes" (Biquini Cavadão - Zé Ninguém) 



E é isso!!
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terça-feira, 3 de julho de 2012

O ACTA VAI TE PEGAR?: 4 DE JULHO DE 2012 - A BATALHA FINAL

NOTÍCIAS ENTRELINHAS




A batalha contra o ACTA vem sendo acompanhada pelo O MUNDO ENTRELINHAS desde a primeira publicação deste blog.

É chegada a hora do último round desta luta, onde conheceremos o nosso futuro. Em jogo estão a nossa liberdade de expressão e o direito a privacidade. No dia 4 de julho o parlamento europeu votará contra ou a favor do ACTA.

Se você não conhece o ACTA e outros assuntos sobre o tema de liberdade na internet, procure neste blog as publicações: "Internet: O fim da privacidade?", "ACTA!! O que é isso?", "O Facebook não respeita a sua privacidade! Curtiu?" e "Caminhando para o totalitarismo: O CISPA está vigiando você!!

Procure saber o que é o ACTA nas publicações mencionadas aqui e nas informações abaixo.







Fontes:



A humanidade se excita com a liberdade da servidão. (Alexandre Verçosa Greco)



E é isso!!
Forte abraço e fiquem com Deus!!!

domingo, 29 de abril de 2012

CAMINHANDO PARA O TOTALITARISMO: O CISPA ESTÁ VIGIANDO VOCÊ!!

NOTÍCIAS ENTRELINHAS + FILMES ENTRELINHAS



NA SEMANA PASSADA A CÂMARA DOS DEPUTADOS DOS EUA VOTOU EM SUA MAIORIA, 248 VOTOS CONTRA 168, NA APROVAÇÃO DO CISPA (CIBER INTELLIGENCE SHARING AND PROTECTION ACT).

O CISPA TRATA-SE DE UMA LEI CRIADA PARA O GOVERNO ESTADOUNIDENSE COMBATER CRIMES VIRTUAIS, PROMOVENDO TROCAS DE INFORMAÇÕES ENTRE GOVERNO, AGÊNCIAS DE SEGURANÇA E EMPRESAS.

NO ENTANTO ESTAS MEDIDAS DE SEGURANÇA ACABAM FERINDO A LIBERDADE E PRIVACIDADE DOS USUÁRIOS DA INTERNET. A LEI PERMITE QUE OS CIDADÃOS SEJAM VIGIADOS CONSTANTEMENTE, E COM ISSO SUAS INFORMAÇÕES PESSOAIS PODEM SER COMPARTILHADAS SEM AUTORIZAÇÃO, ENTRE EMPRESAS (PROVEDORES DE INTERNET E REDES SOCIAIS) E GOVERNO. 

E COMO ISSO ACONTECE? DA SEGUINTE FORMA:
CASO AS EMPRESAS DESCONFIEM QUE UMA PESSOA POSSA SER UMA CIBERAMEAÇA, AS INFORMAÇÕES PARTICULARES DESTE USUÁRIO DE INTERNET SÃO COMPARTILHADAS COM O GOVERNO E AGÊNCIAS DE SEGURANÇA E SEM ORDEM JUDICIAL.

AO CONTRÁRIO DA MOBILIZAÇÃO OCORRIDA CONTRA OUTRAS DUAS LEIS DE CENSURA À INTERNET, SOPA E PIPA, EMPRESAS COMO IBM, MICROSOFT E INCLUSIVE O FACEBOOK APROVARAM O CISPA.

VOCÊ PODE ESTAR SE PERGUNTANDO....COMO FORAM CONTRA SOPA E PIPA E AGORA ESTÃO A FAVOR DO CISPA?...A RESPOSTA PARA ESTE QUESTIONAMENTO É SIMPLES. QUANDO HOUVE A VOTAÇÃO DO SOPA E PIPA (LEIS QUE EM PRINCÍPIO PROTEGERIAM DIREITOS AUTORAIS, MAS TAL ARGUMENTO É FACHADA PARA CENSURA), AS EMPRESAS DE INTERNET NÃO FORAM FAVORÁVEIS A IMPLANTAÇÃO DAS LEIS PORQUE SERIAM RESPONSÁVEIS POR MONITORAR OS DADOS DE SEUS USUÁRIOS, LOGO PODERIAM SER ACUSADAS DE CONIVÊNCIA CASO SUAS FERRAMENTAS FOSSEM UTILIZADAS PARA ATOS DE ATAQUES E COMO AMEAÇAS NA INTERNET. DESTA FORMA SERIAM OBRIGADAS A MONITORAR E CENSURAR QUALQUER COISA QUE PUDESSE TORNÁ-LAS CÚMPLICES.

NO CASO DO CISPA É DIFERENTE, AS EMPRESAS ENVIARIAM INFORMAÇÕES PARA AGÊNCIAS DO GOVERNO, SENDO ESTAS AS RESPONSÁVEIS POR CONTROLAR DADOS E QUALQUER ATO CONSIDERADO COMO AMEAÇA  NA INTERNET.

O CISPA É UM ASSUNTO QUE DEVEMOS TER UMA ATENÇÃO ESPECIAL. OS EUA UTILIZAM O FALSO ARGUMENTO AO DIZER QUE A LEI OBJETIVA SEGURANÇA NACIONAL DAQUELE PAÍS. 

BEM...VOU TOCAR EM DOIS PONTOS:

O PRIMEIRO TRATA-SE DO ACESSO AS FONTES DE CONHECIMENTO PROPORCIONADAS PELA MÍDIA DIGITAL INTERNET. TAIS INFORMAÇÕES SÃO LIMITADAS NAS CHAMADAS MÍDIAS TRADICIONAIS OU CONVENCIONAIS (RÁDIO, JORNAL, REVISTA E TELEVISÃO). QUANDO UMA PESSOA TEM ACESSO ÀQUELAS INFORMAÇÕES ORA FILTRADAS PELA MÍDIA TRADICIONAL, ACABA COMPREENDENDO QUE SUA VISÃO DE MUNDO É CONDICIONADA. ISTO OCORRE PORQUE UMA INFORMAÇÃO QUE PODE SER DISCUTIDA A PARTIR DE UMA ANÁLISE DE INTERPRETAÇÕES DIVERSIFICADAS ACABA SENDO UM PRODUTO INFORMATIVO LIMITADO. COM ISSO O CIDADÃO FICA VULNERÁVEL A QUALQUER TIPO DE BOATO SEM FUNDAMENTOS, FALSAS NOTÍCIAS E CONHECIMENTOS IRRELEVANTES E/OU FALSOS.


O SEGUNDO PONTO EM QUESTÃO RELACIONA-SE AO TOTALITARISMO.  É NECESSÁRIO TODO CUIDADO PARA  QUE UM PAÍS NÃO CHEGUE A UM TOTALITARISMO, E UMA DAS CARACTERÍSTICAS DESSE TIPO DE GOVERNO É O CONTROLE DOS CIDADÃOS. LEIS COMO O CISPA É UMA FORMA DE IMPLANTAR SISTEMAS TOTALITÁRIOS DE UM JEITO SUTIL E SEM UTILIZAR FORÇA FÍSICA, PORÉM, É COVARDE E TRAIÇOEIRO.

LEMBRE-SE QUE O CISPA É PARA SER APLICADO NOS EUA, PORÉM A INTERNET É UMA REDE MUNDIAL E AS PRINCIPAIS EMPRESAS DO RAMO LOCALIZAM-SE NAQUELE PAÍS. DESTA FORMA A LEI TOMARIA PROPORÇÕES MUNDIAIS, ATINGINDO, ASSIM QUALQUER CIDADÃO DESTA ALDEIA GLOBAL E NESSE CASO, O TOTALITARISMO PODERÁ SER MUNDIAL.

NOTA:

O MUNDO ENTRELINHAS AINDA COMENTARÁ SOBRE O ECHELON. O ECHELON É UM SISTEMA DE VIGILÂNCIA GLOBAL. PESQUISE SOBRE O ASSUNTO. NO FIM DA PUBLICAÇÃO TEM UM LINK DA MATÉRIA DO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA QUE INFORMA ESSE SISTEMA DE VIGILÂNCIA.


AGORA ASSISTA AO DOCUMENTÁRIO QUE FALA SOBRE A OBRA 1984 DE ORWELL, ONDE ELE NOS AVISA DO PERIGO QUE CORREMOS EM NOS TORNARMOS UMA SOCIEDADE VIGIADA CONSTANTEMENTE.





FONTE:






"LIBERDADE É A LIBERDADE DE DIZER QUE DOIS MAIS DOIS É IGUAL A QUATRO." (GEORGE ORWELL)


E É ISSO!!
FORTE ABRAÇO E FIQUEM COM DEUS!



domingo, 18 de março de 2012

O FACEBOOK NÃO RESPEITA SUA PRIVACIDADE! CURTIU?


NOTÍCIAS ENTRELINHAS


 


Facebook sabe tudo sobre você

Por Bruno Ferrari em 07/02/2012 na edição 680
Reproduzido da Época, 3/2/2012; título original “Ele sabe tudo sobre você”

Você sabe dizer quanto vale? Deixe de lado fatores subjetivos, como seus valores morais, habilidades profissionais e perspectiva de vida. Quanto você vale em dinheiro? Se você é um dos 845 milhões de usuários do Facebook no mundo – só no Brasil são 36 milhões –, essa pergunta foi respondida na semana passada: você vale exatos US$ 88,75, cerca de R$ 152. Depois de meses de preparação, a maior rede social da internet entregou os documentos necessários para realizar sua oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York.
O objetivo da empresa é captar US$ 5 bilhões a partir de maio, quando os papéis do Facebook estarão à disposição dos investidores. O preço que cada uma dessas ações atingir no lançamento vai determinar o valor total da empresa, que está sendo estimado entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões. Com base nessas projeções, empresas calcularam o valor por usuário ou “quanto você vale” no Facebook. Basicamente, é uma divisão de US$ 75 bilhões por 845 milhões de usuários.
A Apple fatura vendendo iPhones, iPads e computadores Macs. A Microsoft fatura vendendo licenças do sistema Windows ou consoles do videogame XBox 360. O Google ganha dinheiro com anúncios atrelados a seu serviço de busca. E o Facebook ganha dinheiro apenas com suas informações. É o que você posta, escreve, joga, compartilha, lê, comenta, curte e cutuca que fez com que a empresa lucrasse US$ 1 bilhão em 2011. Isso pode transformá-la, agora, na sétima companhia de tecnologia mais valiosa do mundo.
Quem conseguiu transformar essas informações em dinheiro foi o jovem americano Mark Zuckerberg, fundador e principal execu-tivo da empresa. Com apenas 27 anos, ele é hoje um dos homens mais ricos e influentes do mundo. O Facebook, criado em 2004 no alojamento de estudantes da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, inventou um negócio com base na oferta de espaço digital (ilimitado e gratuito) para que os consumidores se relacionem. Em troca, os dados sobre tudo o que esses consumidores fazem – tudo o que você faz! – são vendidos às empresas interessadas em se relacionar com eles, na forma de anúncios publicitários. Oitenta e cinco por cento do faturamento de US$ 3,7 bilhões obtido pelo Facebook no ano passado veio assim.
Sistemas inteligentes analisam rios de dados gerados pelas ações dos usuários e criam “cestas de perfis” para quem quiser explorá-los. Como funciona? O Facebook, por exemplo, calcula quantas mulheres paulistanas entre 20 e 30 anos acabaram de mudar seu status de relacionamento para “noiva”, oferece essa informação a uma produtora de festas e cria um anúncio para sair na coluna lateral do perfil das noivas. Da mesma forma, se alguém “curte” uma página de comida saudável, pode ser o cliente ideal para anúncios de vegetais orgânicos. Se posta vídeos de futebol, se menciona livros de economia, se comenta sobre mergulhos, se publica fotos das Ilhas Fiji – as possibilidades de exploração comercial das informações são infinitas, e todas elas são armazenadas nos bancos de dados do Facebook. Com o passar do tempo, eles se tornam verdadeiros oceanos de dados nos quais as empresas podem pescar o que desejarem saber sobre os consumidores.
Além de franquear informações sobre seus usuários, o Facebook também permite que as empresas criem as próprias ações de marketing no site. Elas podem montar páginas oficiais no Facebook, onde reúnem consumidores, fazem promoções e criam desafios e jogos. Tudo com o intuito de que seus clientes compartilhem cada vez mais informações e façam, no boca a boca, publicidade gratuita da marca. Mais de 25 milhões de pessoas no mundo se deram ao trabalho de entrar na página do biscoito Oreo no Facebook e clicar no botão “Curtir”. Com isso, recebem as últimas informações sobre o produto e participam de promoções. No Brasil, a página do Guaraná Antarctica reúne quase 4 milhões de fãs. “Mais de 4 milhões de empresas têm páginas no Facebook que são usadas para ter um diálogo com seus clientes”, diz Zuckerberg.
A questão da privacidade
O sucesso do modelo de negócio criado pelo Facebook traz uma polêmica que acompanha a empresa desde seu nascimento. Até que ponto uma companhia de internet tem o direito de acompanhar a vida pessoal dos usuários para desenvolver estratégias de mar-keting a partir delas? O Facebook já enfrentou críticas e foi levado aos tribunais pela forma como atropela os direitos de seus usuários e faz uso pouco transparente das informações que eles colocam no site.
As políticas de privacidade da empresa são explicadas em centenas de páginas (difíceis de encontrar nas entranhas do site) e, uma vez encontradas, são escritas de uma forma que repele a leitura e a compreensão. Ao contrário da adesão ao Facebook, que é feita em minutos por qualquer criança, obter informações sobre os direitos dos usuários no site pode levar muito tempo e exige paciência e habilidade.
Determinado a descobrir o que o Facebook sabia sobre ele, o estudante austríaco Max Schrems pressionou a empresa de todas as formas. Depois de uma longa disputa legal, conseguiu, no ano passado, que o Facebook lhe enviasse um CD com todos os dados gerados em seu perfil durante três anos. O CD continha mais de 1.200 páginas de informações privadas, inclusive todas as mensagens que ele deletara. Segundo Schrems, isso contraria explicitamente os compromissos legais do Facebook. Nos últimos anos, as políticas de privacidade e de direitos dos usuários sofreram várias mudanças unilaterais por parte do Facebook, sempre na mesma direção – a publicação indiscriminada das informações que as pessoas colocam em seus perfis e das mensagens que trocam com seus amigos no interior do site, e mesmo fora dele. Cada vez que o Facebook lança um pacote de novidades para os internautas, é alvo de reclamações de quem vê suas informações pessoais tornarem-se repentinamente públicas.
Em 2007, o Facebook lançou um serviço chamado Beacon. Ele revelava o que os usuários faziam e o que compravam em sites que se integravam à rede social. Depois, criou um sistema que reconhecia e marcava automaticamente as fotos de usuários, com base numa poderosa ferramenta de reconhecimento facial. Recentemente, o Facebook estreou um recurso chamado “linha do tempo”, que organiza e publica por conta própria tudo o que o usuário já postou: fotos, vídeos, mensagens, interações com amigos...
No início, a adesão a essa forma de apresentação do perfil foi voluntária. Quando os internautas hesitaram, o Facebook anunciou que a mudança seria compulsória – e gerou uma onda de protestos irados. Ficou claro que a “linha do tempo” poderia ressuscitar fotos de ex-namorados – ou vídeos comprometedores de festas – publicadas numa época em que apenas meia dúzia de amigos íntimos tinha acesso ao perfil de cada um dos usuários. Em resumo, o Facebook se preparava, novamente, para tornar pública mais uma camada de informação que antes parecera protegida pela privacidade. O resultado apareceu numa pesquisa realizada pela empresa de segurança Sophos: menos de 10% dos usuários aprovaram a mudança em seus perfis. Mesmo assim, o Facebook anunciou dias atrás que a linha do tempo será ativada em todos os perfis, sem necessidade de autorização. Por sete dias, apenas o próprio titular terá acesso a ela, podendo fazer modificações. Depois disso, a vida de cada um dos internautas no Facebook estará aberta. O objetivo de Zuckerberg com essas constantes reduções do espaço privado é manter os internautas mais tempo em suas páginas, conversando e vasculhando os perfis uns dos outros. Ele percebeu muito cedo, ainda na universidade, que a maioria de nós tem uma curiosidade ilimitada sobre os outros e um desejo irrefreável de conversar e partilhar novidades sobre nós mesmos.
Zuckerberg identificou esse comportamento antes de 2004, ao criar o site FaceMash, um embrião do que viria a ser o Facebook. O site roubava fotos de alunos publicadas nos sites pessoais de Harvard e promovia uma competição para determinar quem eram as alunas mais bonitas. Os acessos foram tantos que derrubaram os computadores centrais da universidade.
Posto, logo existo
Desde então, Zuckerberg vem ajudando a moldar uma geração inteira que ficou conhecida como “posto, logo existo” – gente incapaz de usufruir um momento privado sem a antecipação do prazer de partilhá-lo on-line. Conhecido por ter um temperamento recluso e quase antissocial, o próprio Zuckerberg não é bem assim. Ele achava os colegas de universidade frívolos, preocupados demais em aparecer. Olhando de fora, percebeu que a internet, com seu potencial infinito de compartilhamento de informações, poderia alterar dramaticamente os conceitos de público e privado – e se aproveitou astutamente disso. Afirma que não havia mais nenhuma expectativa de privacidade na internet. “As pessoas estão cada vez mais confortáveis não apenas em partilhar informações, mas em fazê-lo mais abertamente e com mais pessoas”, disse no ano passado, numa das declarações mais francas que fez sobre o assunto. “Essa é uma nova norma social, que evoluiu com o tempo.”
O comportamento de milhões de internautas parece dar razão ao criador do Facebook. Se há uma parcela que protesta quando sua privacidade é ameaçada, outra parece não se importar em se expor para conseguir chamar a atenção dos amigos ou fazer novos contatos pessoais. É a geração que tem necessidade de colocar no ar, pelo Facebook, tudo o que faz no dia a dia.
A garçonete Carina Vilar, de 31 anos, leva seu notebook aonde quer que vá, para acompanhar instantaneamente as atualizações e os comentários do Facebook. Em seu perfil na internet, além de divulgar o bar em que trabalha em São Paulo, ela posta fotos insinuantes em que mostra partes do corpo. Tem alguma preocupação com o risco de sua imagem ser usada sem autorização? “Nem penso nisso. Quero que as pessoas me vejam”, afirma. “Privacidade é estar no banheiro, de porta trancada. Fora de lá, isso não existe.”
Como um número cada vez maior de pessoas pensa e age como Carina, o Facebook e a mentalidade do “posto, logo existo” não param de crescer. “A nova noção de privacidade está ligada à internet. Privado é aquilo que você não quer expor no mundo virtual”, afirma Marcelo Coutinho, professor da Fundação Getulio Vargas e pesquisador do mercado digital. Na verdade, parece haver ao menos duas noções de privacidade conflitantes convivendo no século XXI. A mais tradicional, desenvolvida num mundo de baixa tecnologia e de elevadas barreiras morais, se escandaliza com a profusão de imagens e informações veiculadas na internet. A mais recente, abraçada pela geração que cresceu com as redes sociais e com as possibilidades da comunicação instantânea, cultiva limites muito mais fluidos sobre o que é apropriado tornar público sobre si mesmo. Zuckerberg e seu Facebook transitam nessa fronteira, tentando empurrá-la para o lado do total descontrole, em que tudo possa ser publicado e partilhado indiscriminadamente. Muitos acreditam que esse mundo já chegou.
Sherry Turkle, diretora do Centro de Estudos de Ciências Sociais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), disse a ÉPOCA que as políticas de privacidade apresenta-das pelos sites são totalmente ilusórias. “É impossível saber o que circula a nosso respeito na internet”, afirma. “Temos a sensação permanente de que coisa alguma está sob nosso controle.” Segundo ela, a própria forma contemporânea de encarar a intimidade permite isso. “As relações humanas apresentam demandas por contato, por sentimento. A tecnologia nos permite eliminar essas necessidades e transformar ligações íntimas em meras conexões, sem que notemos.”
Certamente a internet promoveu grandes mudanças de comportamento. Três dias após o início da 12a edição do Big Brother Brasil, em janeiro, vazou na internet um vídeo amador do empresário Filipe Soldati. Ele cantava “Azul”, de Djavan, numa casa noturna de Belo Horizonte. O vídeo teria passado despercebido não fosse Filipe o ex-noivo de Renata Dávila, uma das participantes do BBB. A cantoria amadora registrou mais de 10 mil acessos em 72 horas e estimulou o rapaz de 30 anos a tentar a sorte. Filipe abandonou suas funções administrativas na empresa da família para se dedicar integralmente à “carreira musical” – e seu principal instrumento de divulgação, claro, é o Facebook. Ele mantém dois perfis nas redes sociais. São 400 fotos, muitas delas de sunga e alcoolizado. “Não tenho pudor, gosto de publicar tudo. O que é bonito deve ser mostrado”, diz o modesto aspirante. A cada dia, Filipe publica 30 posts. Além de poemas e declarações públicas de amor à BBB, ele chegou a comentar sobre o ciclo menstrual da ex e afirma que ela sofre de ninfomania. “É uma forma de cativar meus fãs e aumentar meu número de seguidores”, afirma. Antes da entrada de Renata no programa, Filipe tinha pouco mais de 700 amigos. Hoje, 5.800 pessoas acompanham seu Facebook. Tornou-se uma nanocelebridade e não nega nada a seu público. “Sou um cara bem aberto e espontâneo. Minha vida é exposta mesmo.”
O novo narcisismo
“A banalidade e a efemeridade sempre fizeram parte da condição humana”, diz o filósofo Luiz Felipe Pondé. A internet só escanca-rou essa debilidade. Ele acredita que a exposição extrema nas redes sociais tem mais a ver com narcisismo do que com qualquer nova noção de privacidade. “As pessoas escrevem besteiras no Facebook para ser vistas. É só uma questão de autoestima”, diz ele.
Quem se dedica a estudar os dilemas da privacidade moderna vê as coisas de forma mais complexa – e teme pelo que possa acontecer no futuro. Ryan Calo, diretor de pesquisa sobre privacidade da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, disse a Época que privacidade é o mesmo que controle de informação – e que ela é essencial ao ser humano. “Você precisa de privacidade para ser um indivíduo real”, afirma. Para ele, não é à toa que em romances como 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, o que há de mais assustador é a perda da intimidade, da possibilidade da vida privada. “Quando perdemos a privacidade, perdemos também nossa essência. Sem ela, não sabemos realmente quem somos.”
A punição para quem perde o controle sobre si mesmo pode ser fulminante. Em 2008, João Marcelino Rocha saiu de Caçapava, no interior de São Paulo, para trabalhar no emprego dos sonhos. Foi contratado como videomaker por uma renomada produtora de histórias em quadrinhos da capital. Menos de dois meses depois, foi demitido, por postar informações consideradas sigilosas pela empresa. João Rocha ficava tão deslumbrado em acompanhar de perto os bastidores da produção de filmes que passou a compartilhar essas informações em comunidades de fãs de gibis, no Facebook. “Eu era o fã mais próximo dos meus ídolos e me deixei levar pelo fanatismo.” Seu chefe e ídolo o chamou para uma conversa e advertiu: ou continuava como funcionário sério ou seria um fã demitido. Pouco tempo depois, João Rocha perdeu o emprego. “As pessoas ficavam receosas em me contar as novidades, e meu trabalho foi perdendo sentido”, diz. “Perdi minha credibilidade e passei a ser visto como um fã bobo.” Hoje, João Rocha trabalha numa agência de mídias sociais em São Paulo e administra contas de Facebook de outras empresas. “Aprendi a me policiar mais e posto apenas o necessário.”
Na carta que divulgou na semana passada, quando apresentou os documentos para abertura de capital do Facebook, Zuckerberg tratou dessas questões com uma retórica heroica e otimista. “O Facebook não foi criado para ser uma empresa. Ele foi construído para realizar uma missão social: tornar o mundo mais aberto e conectado”, escreveu.
É o mesmo discurso idealista que o Google usou em seus primeiros anos de vida, quando tinha o slogan informal “Don’t be evil” (“Não seja mau”). Mas a carta vai além. Zuckerberg deixa claro aos investidores que a empresa está disposta a investir em novas ferramentas que incentivem seus usuários a partilhar entre si um volume cada vez maior de informações – que poderão ser, de alguma forma, usadas pelas empresas. “Compartilhando mais, as pessoas têm acesso a diferentes opiniões sobre produtos e serviços”, afirma. “Isso torna mais fácil a descoberta de novos produtos e melhora a qualidade e eficiência de nossa vida.”
A abertura de capital do Facebook impõe à empresa novos desafios. Haverá, sobretudo, pressão dos acionistas para atrair cada vez mais dinheiro. Isso significa que o Facebook terá de continuar crescendo em assinantes – e convencendo seus usuários a depositar mais e mais informações em seus perfis. O futuro do Facebook depende, resumidamente, de quanto as pessoas estarão dispostas a expor de sua vida, em troca de um serviço gratuito e instantâneo que as coloca em contato, 24 horas por dia, de qualquer lugar do mundo, com amigos, familiares e colegas de trabalho. Para o Facebook prosperar nos próximos dez anos, será preciso um mundo onde as relações sociais e a ideia de privacidade sejam substancialmente diferentes do que são hoje.
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[Bruno Ferrari, da Época, com Luíza Karam, Nathalia Prates e Tonia Machado]
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